terça-feira, 17 de novembro de 2009

Alho e Doenças Cardiovasculares

As doenças cardiovasculares são responsáveis pela mortalidade prematura em adultos de todo o mundo e a alimentação é uma das maneiras de auxiliar na prevenção ou tratamento destas enfermidades.

O alho, além de alimento, é considerado um fitoterápico, segundo a resolução RDC nº48, de 16 de março de 2004, da ANVISA e seus efeitos biológicos estão relacionados à presença de compostos sulfurados voláteis (aliicia e tiossulfantes). A aliicina é a principal substância com efeitos farmacológicos, pois representa de 60 a 80% do total de compostos sulfonados.

Recomenda-se que o consumo do alho seja imediatamente após o esmagamento do seu bulbo e in natura, pois seus compostos orgânicos, quando submetidos ao aquecimento, são instáveis.

Os principais princípios ativos do alho promovem ação vasodilatadora e evitam a agregação plaquetária e lipoperoxidação de lipoproteínas, e por isso, podem contribuir na redução da hipertensão arterial sistêmica, inibição do LDL e formação de aterosclerose.

Fontes:
Azaria LH et al. Effect of allicin and its derivatives on vascular endothelial cell functions and glutathione level. Vasc. Pharmacol. 45(3):e75, 2006.

Cavagnaro PF et al. Effect of cooking on garlic (Allium sativum L.) antiplatelet activity and thiosulfinates content. J Agric Food Chem. 55(4):1280-88, 2007.



domingo, 15 de novembro de 2009

Dieta vegetariana: cuidados e benefícios

A dieta vegetariana é um regime alimentar na qual as pessoas que seguem excluem todos os tipos de carne, incluindo a de boi, peixe, frutos do mar, porco, frango e outras aves, bem como alimentos derivados. A dieta é baseada fundamentalmente no consumo de alimentos de origem vegetal, com ou sem o consumo de laticínios e/ou ovos.


Há principalmente quatro formas de dietas vegetarianas, classificadas de acordo com os tipos de alimentos que são consumidos: Ovolactovegetarianismo, onde há apenas a exclusão do consumo de carnes e seus derivados; Lactovegetarianismo: os que a seguem não consomem ovos nem qualquer tipo de carne; Ovovegetarianismo: onde há a exclusão dos produtos lácteos e seus derivados e de carne e o Vegetarianismo estrito que é uma dieta composta unicamente por alimentos de origem vegetal. Mas qual é o impacto dessas restrições alimentares no organismo?

Estudo recente revela que quando bem planejada e adequada nutricionalmente, a dieta vegetariana, inclusive a estrita, pode ser benéfica ao organismo, podendo contribuir para a prevenção e tratamento de algumas doenças.

Pesquisa recente avaliou a incidência de câncer entre pessoas que seguiam dieta vegetariana do tipo ovolactovegetarianismo e pessoas que consumiam peixe, sem outros tipos de carnes. Após mais de 12 anos de acompanhamento, os resultados da pesquisa indicaram que a incidencia de alguns tipos de câncer podem ser menor em pessoas que não consomem carnes.

Os dados dos estudos indicam os benefícios que podem ser obtidos pelo seguimento da dieta vegetariana. Porém, deve-se tomar muito cuidado quando se realiza essa opção, uma vez que a falta do consumo de carnes e seus derivados e no caso das estritas de demais fontes de proteína de origem animal, muitos nutrientes de extrema importância para o bom funcionamento do organismo deixam de ser ingeridos, o que pode causar graves deficiências nutricionais, causando prejuízos á saúde.

Sendo assim, quando se abre mão do consumo de algum grupo alimentar importante, deve-se fazer sua subsituição por algum que forneça os nutrientes necessários, deixando a alimentação completa e balanceada. No caso do vegetarianismo, para possuir as necessidades nutricionais supridas é necessário o acompanhamento de profissionais da área da saúde, assim como o nutricionista.

Fontes:
Key TJ; Appleby PN; Spencer EA; Travis RC; Allen NE; Thorogood M; Mann JI Cancer incidence in British vegetarians. Br J Cancer; 101(1): 192-7, 2009 Jul.
Craig WJ; Mangels AR+ American Dietetic Association. Position of the American Dietetic Association: vegetarian diets. J Am Diet Assoc; 109(7): 1266-82, 2009 Jul.



sábado, 14 de novembro de 2009

Os Segredos do Chocolate


O chocolate tem efeito atrativo devido aos ingredientes presentes em sua formulação e aos resultados que estes impõem ao produto final (gordura, açúcar, textura e aroma). Produzir chocolates requer um entendimento do consumidor, além disso, os tipos preferidos de chocolate variam em cada país. Basicamente, o chocolate é o produto obtido a partir da mistura de derivados de cacau (Theobroma cacao L.), massa (ou pasta ou liquor) de cacau, cacau em pó e ou manteiga de cacau, com outros ingredientes, contendo, no mínimo, 25 % (g/100 g) de sólidos totais de cacau.


Os diferentes sabores e usos para o chocolate refletem a história da indústria dos diferentes lugares. O sabor do chocolate é parcialmente determinado pela química do produto. O sabor depende da liberação dos compostos aromáticos, enquanto que a textura é uma função da maneira como o material se funde e quebra na boca. Muitos chocolates disponíveis no mercado são elaborados com ingredientes similares, porém apresentam diferentes sabores. Alguns produtores têm aromas específicos, sendo que existem trocas freqüentes nestes devido a variações no processo, acidez e temperatura, ocasionando variações de aroma e sabor no produto final.

O chocolate vem ganhando cada vez mais espaço na mídia, não só pelas suas apreciadas propriedades sensoriais, mas também pelos benefícios potenciais à saúde como foi visto em estudo realizado com voluntários que consumiram 40g de chocolate meio amargo por 14 dias. Os pesquisadores observaram que esse alimento foi capaz de modular a microbiota intestinal.

Fontes:
MARTIN, FJ et al. Metabolic Effects of Dark Chocolate Consumption on Energy, Gut Microbiota, and Stress-Related Metabolism in Free-Living Subjects. Journal of Proteome Research, 2009. http://pubs.acs.org/doi/pdfplus/10.1021/pr900607v

RICHTER, M; LANNES, SCS. Ingredientes usados na indústria de chocolates. Rev. Bras. Cienc. Farm., 43(3):357-69, 2007.



Efeito da desidratação na prática esportiva


A preocupação com a hidratação de esportistas e atletas deve ser frequente, porém atenção maior precisa ser dada quando a prática da atividade é realizada em ambientes de altas temperaturas.

A prática de exercício físico em ambientes quentes eleva a temperatura corporal a níveis perigosos. Com o aumento da taxa de suor, a desidratação provocada pelo exercício pode resultar no aumento da osmolaridade sanguínea, uma vez que o suor é hipotônico em relação ao sangue, além disso, há a diminuição do volume de ejeção ventricular pela redução do volume sanguíneo e aumento da frequência cardíaca. Sendo assim, é importante manter um balanço entre a perda e o consumo de líquidos. A hidratação é necessária porque a água é indispensável para múltiplas funções fisiológicas e o organismo perde mais rapidamente do que produz, principalmente no calor.

A recomendação para o consumo de água é de 250 a 500ml até duas horas antes do exercício. Já durante a prática esportiva, principalmente aquelas de longa duração e/ou em ambientes muito quentes, deve-se ingerir, preferencialmente, líquidos contendo carboidratos e eletrólitos, como sódio e potássio, na quantidade de 150 a 200ml a cada 15 a 20 minutos. A bebida a ser oferecida pós-exercício deve conter carboidrato para reposição do glicogênio muscular e não deve conter álcool e cafeína, pois são substâncias diuréticas que podem potencializar o processo de desidratação.

Fonte:
HERNADEZ, A.J.; NAHAS, R.M. Modificações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação de ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde. Rev. Bras. Med. Esporte. 15: 3-12, 2009.

Exercício físico e a restrição energética no tratamento da síndrome metabólica


A síndrome metabólica é um conjunto de disfunções relacionadas ao metabolismo, composta principalmente por cinco condições como a obesidade, a resistência à insulina, o diabetes mellitus tipo 2, a dislipidemia e a hipertensão. Recentes estudos, relativos aos efeitos do exercício físico e da restrição energética, têm relatado diversos benefícios sobre fatores metabólicos e de risco cardiovascular relacionados à síndrome metabólica.

Diversas estratégias têm sido criadas na tentativa de reverter este quadro desfavorável. Nesse sentido, estudos destacam os efeitos benéficos do exercício físico isolado ou associado com a restrição energética. Ainda que estudos randomizados e controlados que avaliaram a prevenção e o tratamento da SM sejam escassos, pesquisas controladas indicam fortes evidências de que mudanças no estilo de vida, incluindo a prática de exercício físico regular e restrição energética, sejam eficazes na prevenção e tratamento do diabetes mellitus tipo 2 em indivíduos com sobrepeso e com tolerância à glicose diminuída.

Com base nas atuais recomendações, preconiza-se o aumento do volume total de exercício físico com intensidade moderada, na busca da boa condição cardiorrespiratória e muscular e da diminuição da massa gorda, com consequente aumento da proteção contra fatores associados ao desenvolvimento da síndrome metabólica.

Fontes:
AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Diagnosis and classification of diabetes mellitus. Diabetes Care, v.31 Suppl 1, p.S55-60, 2008.


ACSM. American College of Sports Medicine Position Stand. The recommended quantity and quality of exercise for developing and maintaining cardiorespiratory and muscular fitness, and flexibility in healthy adults. Med. Sci. Sports Exerc., v.30, p.975-91, 1998.